domingo, 2 de fevereiro de 2020

O amor

   Estamos no dito mês do Amor. Claro que onde existe amor, não há dia, nem mês, nem hora para ele. Mas alguém decidiu dedicar-lhe um dia. Que em Fevereiro, dia 14 de Fevereiro, fosse o seu dia. E é. Todos o celebram.
   O amor. Tanto aqui se escreve sobre isso, mas afinal o que é o amor? É um sentimento indescritível e inexplicável, mas tão complexo. É o mais avassalador, o mais transparente e o mais bonito. É sobre o amor que mais se escrevem livros, poemas, se fazem filmes. É por ele que se fica sem ar, perde-se o fôlego, que se chora e ri, que vão e voltam, que ensinam e se aprende, que se torna forte e vulnerável. Fazem-se os maiores disparates - dizem os sóbrios - e nem se apercebem. Ficam dominados e tão absorvidos na bolha do amor, que nada nem ninguém os faz voltar à Terra e os demovem de fazer seja o que for. O amor é isso. Ser inconsequente, ver unicórnios e nuvens de algodão doce. E isso é tão bom. O amor encontra-se nas pequenas coisas, nos mais ínfimos detalhes e pormenores da vida. Do dia-a-dia. Numa mensagem. Numa chamada. Num retrato. Numa memória. Num gesto. Num jantar de família. Numa reunião de amigos. Em tudo e em todo o lado. Poder-se-ia escrever tanto sobre este vício, sobre este sentimento tão incrível. Mas termino escrevendo apenas que: Nós somos feitos de amor!
   a_dan'

domingo, 17 de junho de 2018

Inquietação

   Sinto um aperto no coração. Um aperto tão grande. E só me apetece chorar. Chorar até não conseguir mais. Até não restar nenhuma lágrima. Quero gritar ao mundo tudo aquilo que me invade e aos poucos me está a destruir porque não posso gritar para aqueles que estão por perto. 
   Aprendi que mostrar os nossos pontos fracos só nos torna frágeis e “presas fáceis”. E nunca fortes, como alguma vez me tentaram fazer acreditar. E “num mundo de aparências, feliz é aquele que é feito de verdades!” Mas aprendi que feliz é aquele que sabe desprender e desapegar-se de tudo o que não importa, de tudo o que é nocivo. Porque tudo o que é nocivo destrói e eu sinto que me estás a destruir lentamente. Todos os dias um bocadinho mais. E vai chegar um dia que já não há mais nada para destruir. E eu lamento imenso que seja assim. Porque tinha tudo para dar certo, mas acabou por dar errado.
   Não gosto de me sentir assim. Ter este sentimento a invadir e consumir-me. Quero conseguir continuar sem ti. Mas ainda não consigo. Hoje ainda não é o dia.  
a_dan'

sábado, 3 de junho de 2017

Depois de ti

Como é viver depois de ti? É bom, sabes?! Melhor do que pensei quando te vi partir. Na verdade, virei-te as costas. Ver-te partir era demasiado doloroso. Quando me voltei já tinhas ido. Vi-te já para lá do horizonte. Naquela tarde quente lá foste tu. Carregada com tudo o que te pertencia. E eu sabia que era de vez. Era definitivo. Um caminho sem retorno. Ias e não mais voltavas. Foste embora e para trás deixaste as lágrimas que não querias ver cair. Foi como se parte de mim tivesse ido contigo. E, de certa forma, foi isso mesmo que aconteceu. Nesse instante senti um vazio tão grande. Um vazio que insiste em ficar cá dentro. Depois tive que me habituar à tua ausência, à distância e, às vezes, à falta de notícias que teimam em não chegar. Foram dias complicados que, de quando em vez, voltam. Tive que aprender a viver sem ti por perto. E sabes? Acho que não me saí nada mal. Sinto saudades de ti. Todos os dias. É um facto. Mas estou e sinto-me bem. De ti, restam as memórias!
a_dan'

terça-feira, 29 de março de 2016

Desculpa

   Se costumo dizer o que sinto, se vejo a realidade com nitidez, se sou a maior adepta da sinceridade, porquê que quando o assunto és tu, somos nós, tudo isto me foge? Desaparece? Não consigo expressar-me com clareza e meto os pés pelas mãos. Atrapalho-me e digo o que não devo e não digo o que devo. E andamos assim. Arrufos, chatices e mal-entendidos. E tudo porque não sei ser eu quando estás perto. Não sei agir com normalidade quando estou perto de ti. Parece que me transformo em alguém bem diferente. Daquilo que quero ser e daquilo que sou. Perto de ti sou como uma barata tonta. Deixas-me sem jeito.
   E hoje estás estranho. Sinto-te triste. Quase que adivinho a razão. Sou eu. A culpa é  minha. Magoei-te. E logo a ti. Não sei o que fazer. Estou tão desorientada. Perdi o Norte. E nem uma bússola conseguiria orientar-me. Tenho que ser corajosa e redimir-me. E começo pelo Desculpa. Desculpa, meu amor.
a_dan'

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A dor de sentir

A dor só é real quando se sente. Faz-nos desistir e dá-nos motivação. Faz-nos chorar e respirar de alivio. Nunca a desejamos e adoramos quando vai embora. Vem vezes sem conta e não vai. Vem para ficar. Permanece, insiste e persiste. É chata e tentamos evitá-la tanto quanto conseguimos. Lutamos e grande parte das vezes, perdemos. Porque cada dor sentida é mais forte que anterior. Sente-se com mais força. A dor é tão forte que até é palpável, é visível. E, no entanto, chega quando menos se espera. Na verdade, nunca estamos preparados para a receber. É enganadora. Parece que já desapareceu e basta um sopro, um abanão e percebemos que continua lá. Podemos até não sentir durante umas horas ou uns dias, mas a dor está lá. Esteve sempre. E um dia voltamos a senti-la. A dor nunca é passiva. Magoa sempre mais do que se pensa. Então, que dor é esta que nos impede de acreditar? Que dor é esta que nos faz sentir tanto? E, sem saber a resposta, um dia alguém me disse "A dor precisa de ser sentida".
a_dan'

terça-feira, 21 de abril de 2015

Pensamentos errados

   Sabes? Penso muito no que irá ser de nós. E sempre que penso nisso, não tenho um bom pressentimento. Nenhuma sensação boa se apodera de mim. Seguiremos caminhos diferentes, bem diferentes e isso vai afastar-nos. Lutaremos, mas por alguma razão, não chegará. Tentaremos uma nova aproximação, contudo, os obstáculos serão mais fortes que nós. Enfim, será uma luta em vão. E eu tenho tanta pena de te perder. Dói e custa tanto imaginar um mundo sem ti. Contigo o mundo é tão bonito, tão calmo, com tanto significado. Sem ti é vazio, monótono e sem graça. Foste o que eu sempre quis e mesmo sabendo que tive, perdi. A culpa não foi tua, não foi mim, talvez tenha sido nossa. 
   Sei que sempre acreditaste em nós e, provavelmente, não pensas como poderá acabar. Eu, ao contrário de ti, penso. Mais do que queria até. Como já dizia alguém que conhecemos "o que tiver de ser, será!" Apesar do que poderá acontecer, ficarás sempre na memória de quem não esquece o que nunca deveria partir. És demasiado especial e importante para não deixar lembrança. Acredita, gosto tanto de ti como uma abelha gosta de mel. És a melhor. **
a_dan' 

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Despedida

   Perdi o encanto que tinha pela passagem do ano. O que muda de um ano para outro que não se possa mudar de um dia para o outro? Ou de uma hora para outra? Mudar de ano só significa isso mesmo, mudar de ano. Porquê dar tanta importância a alguma coisa que se mantém igual? Não percebo. O que importa são os acontecimentos durante o ano. São trezentos e sessenta e cinco ou sessenta e seis dias em que tudo pode acontecer. São os anos que marcam e não a passagem de um ano para o outro. Acho que isto é só mais um pretexto para se fazer festa. Todos os motivos são válidos, mesmo que não tenha significado algum. Na verdade, a diferença de hoje para amanhã é apenas a mudança de um número. Muda-se de 2014 para 2015. 
   A mais conhecida das frases "ano novo, vida nova". É um clichê. Lindo de ouvir ou dizer, mas como já podemos comprovar nada muda. A vida continua igual há que tínhamos no ano que passou e nós somos os mesmos. É triste, mas é a realidade. Percebi isto e perdi o encanto. É isso.
a_dan'

terça-feira, 1 de abril de 2014

Conversas.

    "Há mais pessoas que falam do que conversam." Vi esta frase e no momento não percebi, mas agora que compreendi, tenho que concordar. Reparei que só se fala e poucos conversam. É uma arte que muitos aprendem, mas poucos sabem. 
    Cuidadosamente, fui falando cada vez menos. Todos repararam. Disseram-me que estava estranha por estar muito calada. Na verdade, até percebo a admiração das pessoas pelo meu silêncio. Costumava ser muito activa, bastante faladora e engraçada. Não quero que pensem que estou a ser mal-educada, embora possam pensar que sim. Simplesmente não tenho nada a dizer. Sinto que mudei. Parece que enquanto opto por ficar em silêncio, aquelas pessoas que antes tinham pouco para dizer, agora são ditas de tagarelas. E, sinceramente, irrita-me quando apenas uma pessoa está a falar quando estão meia dúzia de pessoas no mesmo espaço. E quando tentam falar ao mesmo tempo que outra pessoa fala. Isto sim, é falta de respeito.
    Recentemente, assisti a uma cena bem parecida que me deixou mais que aborrecida, deixou-me agastada. Fiquei a pensar nisto ainda por um tempo. Obrigada a todos os que sabem conversar.
a_dan' 



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Revelação.

    Hoje cedi. Pouco a pouco revelei-te. Disse o ano do teu nascimento, apesar de não ter dito o teu nome. Disse qual era o objetivo da escrita, mas não disse exatamente o que escrevia. Disse o quanto precisava de ti, embora não tenha dito que sou (quase) dependente de ti. Inclusive mostrei alguns textos, mas só a uma pessoa. Senti-me nervosa e confiante ao mesmo tempo. Ela gostou e eu fiquei satisfeita. Sei que ficaram admirados. Fizeram perguntas. Tentava dizer pouco, contudo esse pouco revelou mais do que o que estava à espera. Queria apenas saciar-lhes a curiosidade.
    Há relativamente pouco tempo, já tinha revelado a alguém que me faz sentir bem. Confidenciou-me que já tinha lido um texto, não disse qual. Disse também que gostou e que escrevia bem. Fiquei envergonhada! Não sei se ficou com vontade de ler os outros, mas espero que sim.
    Depois desta revelação, estou sempre na espectativa. Será que leram? Será que viram? Será que gostaram? Acredito que nunca saberei a resposta. 
    Esta sou eu de uma maneira que não sabem e poucos conhecem. São palavras escritas, mas nunca ditas. Guardei-(te) e ao fim de cinco anos, revelei-te. Por isso digo, hoje cedi. 
      a_dan'

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mudanças.

Sem dúvida, a vida é uma caixinha de surpresas. Ora é fantástica, ora é péssima. Vivemos numa "era" de extremos. Chego mesmo a comparar ao momento único que estou a viver. Há uns meses andava desanimada, triste e sem um rumo definido. Desaparecer. Palavra essa que me preenchia os dias. Havia apenas dias acinzentados que pareciam de um nevoeiro teimoso que insistia em ficar. Lutei e consegui sacudi-los da rotina. De vez em quando, aparecem. Ficam pouco tempo, algumas horas, não mais que isso. Aparentemente cansam-se e desaparecem. Agradeço. Agora a cor mudou. São dias coloridos de alegria. Apesar de a minha vida ter dado uma volta de cento e oitenta graus, tudo está no lugar. Habituar foi durante semanas a palavra de ordem. Agora vivo os momentos com mais intensidade, paixão e emoção. Sinto que estou numa boa fase. Sei bem que não durará para sempre, por isso quero aproveitar. Se algum dia serei indiferente? Jamais. 

- Aproveitem a vida com conta, peso e medida. 
a_dan'