quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Revelação.

    Hoje cedi. Pouco a pouco revelei-te. Disse o ano do teu nascimento, apesar de não ter dito o teu nome. Disse qual era o objetivo da escrita, mas não disse exatamente o que escrevia. Disse o quanto precisava de ti, embora não tenha dito que sou (quase) dependente de ti. Inclusive mostrei alguns textos, mas só a uma pessoa. Senti-me nervosa e confiante ao mesmo tempo. Ela gostou e eu fiquei satisfeita. Sei que ficaram admirados. Fizeram perguntas. Tentava dizer pouco, contudo esse pouco revelou mais do que o que estava à espera. Queria apenas saciar-lhes a curiosidade.
    Há relativamente pouco tempo, já tinha revelado a alguém que me faz sentir bem. Confidenciou-me que já tinha lido um texto, não disse qual. Disse também que gostou e que escrevia bem. Fiquei envergonhada! Não sei se ficou com vontade de ler os outros, mas espero que sim.
    Depois desta revelação, estou sempre na espectativa. Será que leram? Será que viram? Será que gostaram? Acredito que nunca saberei a resposta. 
    Esta sou eu de uma maneira que não sabem e poucos conhecem. São palavras escritas, mas nunca ditas. Guardei-(te) e ao fim de cinco anos, revelei-te. Por isso digo, hoje cedi. 
      a_dan'